terça-feira, novembro 29, 2005

Vinícius

E como diria o poeta Vinícius:
"É melhor viver do que ser feliz!",
e não pense que isso contradiz a clássica frase
"É melhor ser alegre que ser triste",
pelo contrário,
só reafirma.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Encontros e desencontros

"E sem que se perceba a gente se encontra..." (Oswaldo Montenegro)
E desencontra...

Deus

Quando eu acreditava em Deus minha vida era mais fácil.
É bom pensar que nós não somos responsáveis pelas coisas que nos acontecem.
E seja o que Deus quiser!!!

quarta-feira, novembro 23, 2005

Ana Terra

Ana Terra - Parte I
“...O agudo do som do instrumento penetrou Ana Terra como uma agulha, e ela se sentiu ferida, trespassada. Mas notas graves começaram a sair da flauta e aos poucos Ana foi percebendo a linha da melodia...Reagiu por alguns segundos, procurando não gostar dela, mas lentamente se foi entregando e deixando embalar. Sentiu então uma tristeza enorme, um desejo de chorar.
...Foi então que deu com os olhos de Pedro e daí por diante, por mais esforços que fizesse não conseguiu desviar-se deles. Parecia-lhe que a música saía dos olhos do índio e não da flauta – morna, tremida e triste como a voz de uma pessoa infeliz.
...No momento em que ele abriu a porta, Ana terra por um instante viu, ouviu e sentiu a chuva, o vento, a noite e a solidão.”

Ana Terra – ParteII
“...E agora ali no calor do meio-dia, ao som daquela música, voltava-lhe intenso como nunca o desejo de homem. Pensava nas cadelas em cio e tinha nojo de si mesma. Lembrava-lhe das vezes que vira touros cobrindo vacas e sentia um formigueiro de vergonha em todo o corpo. Mas esse formigueiro era ainda desejo. Decerto a soalheira era culpada de tudo. A soalheira e a solidão. Pensou em ir tomar um banho no poço. Não; banho depois da comida faz mal, e mesmo ela não agüentaria a caminhada até a sanga, sob o fogo do sol. A sanga era Pedro. Para chegar até a água teria que passar pela barraca do índio, correria o risco de ser vista por ele.
...Porque na verdade ela odiava-o. Pensou nos beiços de Pedro nos teus seios. Aquela música saía do corpo de Pedro e entrava no corpo dela...Oh! Mas ela odiava o índio. Tinha-lhe nojo. Pedro era sujo. Pedro era mau. Mas, apesar de odiá-lo, não podia deixar de pensar no corpo dele, na cara dele, no cheiro dele – aquele cheiro que ela conhecia das camisas – não podia, não podia, não podia...”

Erico Veríssimo em O Tempo e o Vento

Série "Saudades..."

Liloca, eu e Fê na festinha que eu fiz no meu apto de despedida do Chico.
Fêzinha e eu.
Mesmo lugar e razão, mas com o Itito de papagaio de pirata (brincadeirinha!).

terça-feira, novembro 22, 2005

Samba Do Grande Amor

"...Me atirei assim
De trampolim...

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
MENTIRA"

segunda-feira, novembro 21, 2005

Novo amigo

Que me desculpem os velhos amigos (tão queridos), mas amizade nova tem um gostinho especial. Essa é pra você Marco, meu novo amigo...
Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
Vinícius de Moraes

Por que?

"Por que você não vem me dar um beijo?
Um beijo de amor e de desejo.
Por que?..."
Jorge Ben

sexta-feira, novembro 18, 2005

Meu coração

"Máquina de escrever"
Mathilda Kóvak / Luís Capucho
"Meu coração é uma máquina de escrever
as paixões passam
as canções ficam
os poemas respiram nas prisões
pra valer um verso, ouvir, escutar
meu coração falar
até se calar a pulsação
meu coração é uma máquina de escrever
no papel da solidão
meu coração é
da era de Guttemberg
meu coração se ergue
meu coração é
uma impressão
meu coração
já era
quando ainda não era a palavra emoção
mas há palavras no meu coração
letras e sons, brinquedos e diversões
que passem as paixões
que fiquem as canções
nos poemas, nos batimentos
das teclas da máquina de escrever
Ilusões
meu coração é uma máquina de escrever
basta você bater pra entrar na minha história"

quinta-feira, novembro 17, 2005

Quem sabe, sabe.

Olha que lindo esse poema editado no Aterro!!!
Quem conhece BH sabe da beleza que estamos falando.

"flashes amorosos #4

afonso não pena
quando sobe
a bahia
pra te encontrar,
liberdade."

Sem os pés no chão

Que disse que eu quero os pés no chão?
Quero viver pelo menos um palmo acima do chão...
Flutuando...
Com todos os sentidos à flor da pele...
Sem limites...
Porém sem perder a minha essência.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Liberdade

“A vida do homem não pode ‘ser vivida’ repetindo padrões de sua espécie; é ele mesmo – cada um – quem deve viver. O homem é o único animal que pode se enfastiar, que pode se desgostar, que pode sentir-se expulso do paraíso.” Brindemos a essa capacidade!!!!

Erich Fromm em Ética e psicanálise