domingo, abril 24, 2005

Me abismo, sucumbo...

"Por mágoa ou por felicidade, sinto às vezes vontade de me abismar.
Manhã (no campo) cinzenta e amena. Sofro (desconheço o motivo).
...
Um outro dia, embaixo de chuva, esperamos o barco à beira de um lago; a mesma idéia de aniquilamento me atinge, desta vez por felicidade. Assim, às vezes, a infelicidade ou a alegria desabam sobre mim, sem nenhum tumulto posterior: nenhum outro sofrimento:estou dissolvido, e não em pedaços; caio, escorro, derreto. Este pensamento levemente tocado, experimentado, tateado pode voltar. Ele nada tem de solene. É exatamente a doçura."

Fragmentos De Um Discurso Amoroso