O Pequeno Príncipe
"Então ela redobrara a tosse para infligir-lhe remorso.Assim o principezinho, apesar da boa vontade do seu amor, logo duvidara dela. Tomara a sério palavras sem importância, e se tornara infeliz.
- Não a devia ter escutado - confessou-me um dia - não se deve nunca escutar as flores. Basta olhá-las, aspirar o perfume. A minha embalsamava o planeta, mas eu não me contentava com isso. A tal história das garras. que tanto me agastara, me devia ter enternecido...
Confessou-me ainda:
- Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava... Não devia ter fugido. Devia ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para sober amar."
Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe (Capítulo VIII)
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